Na ânsia do bem querer ao mundo e transformar desconhecidos
em melhores amigos transbordou-se de falsos sentimentos que encheram a alma e
depois lhe corroeu por dentro.
Dessa vontade, cultivou boas histórias, ignorou as más
qualidades, más famas e os alertas de quem verdadeiramente lhe queria bem.
Não se viu afogar naquela trama de meias verdades, muitas
mentiras e uma vontade de deixar o passado. Correu com os braços abertos
arrematados de saudades. Encontraram respostas vagas, meias orientações. Mesmo
assim, mesmo sabendo, mesmo o grilo falante imaginário que todos têm guardado
em suas próprias concepções alertando, foi.
Foi, pois o passado era bom demais. As histórias vinham recheadas
de riso fácil, brincadeiras infantis e relações sérias demais para serem
tomadas como verdade.
Não se arrependeu, pois é na calada da noite, na calada das
informações que se conhecem a real face e áurea de outros que tanto lhe
acompanharam e que lhe ajudaram a colocar novamente os óculos cor-de-rosa da
vida.
Trouxeram-lhe sonhos, trouxeram-lhe tardes e noites
inesquecíveis! Mas às vezes alguns fatos, pessoas, assim como os amores devem
ficar na gaveta do esquecimento da vida.
Antes de ir embora, após ter suprido a saudade que morava
apenas no seu coração, fechou os olhos. Gravou o momento e aqueles rostos.
Despediu-se.
Não disse até logo, disse um adeus que passou despercebido,
mas um adeus tardio.
Ouviu: Quando você volta para ver a sua família?
Respondeu em voz alta, sem tristeza, sem sentimentos:
Demorará.
A real resposta, entretanto deverá ser um alivio, pois a
verdade é que só voltará a ver aqueles antigos sonhos por acaso do destino, será
apenas de passagem, sem querer transformá-los em melhores amigos e desfazendo
laços que foram fracos ou falsos demais para serem estabelecidos realmente.
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