sexta-feira, 15 de maio de 2015

Um espaço em branco no coração

Difícil explicar esse momento em palavras, deixe de acreditar em tanta coisa, mudei tantos conceitos. Já tive tantos momentos, já liguei o foda-se para tanta coisa e me deixei ser criticada por ter opinião forte.
Amei até doer, sangrar a alma, ter meu ego ferido. Mas uma pergunta recentemente me surpreendeu? "O que você amava tanto no seu ex?"
Juro, não soube explicar de bate pronto. Fiquei dias pensando sobre isso, foram tantos anos de relacionamento, um sentimento que só consegui me livrar há pouco tempo. Analisei todos os momentos bons, remoí o término, pensei com saudade, ódio, amor, carinho, medo. Depois me dei conta, amei todos os momentos. Dos dias reunidos com os amigos, aos filmes de domingo embaixo do edredon.
Refletir não me fez mudar de opinião sobre ter um relacionamento nesse momento. Sim no final do mês farei 30 anos, deveria pensar em alguém para casar, ter filhos e assim constituir uma família. Mas isso já não me preenche.
Não que eu não queira ou não tenha vontade, mas quem sabe um dia.
Hoje eu quero o amor pelo amor e nada mais.
Ainda não consigo entender os julgamentos anexados e taxativos sobre pessoas livres. Se um cara tem três garotas ele é um garanhão. Para ele é permitido usá-las e enganá-las como quiser. Se uma garota faz o mesmo ela é uma vadia.
Ou se ao invés de sair com três ou mais caras ela apenas decidir que não quer um relacionamento sério, mas quer sair com apenas um cara, sem se importar se ele sai com outras. Ela também é considerada uma vadia.
Acho muito louca essa sociedade que julga. Eu decidi deixar um espaço vazio no meu coração, não por não ter a habilidade de amar, mas por amar demais e ter me machucado muito.
Deixei um espaço vazio, pois quando eu conheço um cara eu quero consertar sua vida, diminuir seus problemas, ser seus ouvidos nos momentos difíceis.
Mando mensagens ao celular ao acordar, mando recados estúpidos por emails. Escrevo textos gigantes sobre cada momento em diários que vivem jogados no meu carro, quarto ou armários.
Não é fácil a decisão de guarda um sentimento pra você. Guardar um sorriso quando recebe uma mensagem de alguém que gostamos muitas vezes com uma única palavra: saudade. Ou uma promessa: estou indo pra Campinas.
Sim, meu coração ainda fica ofegante com um nome ou dois.
Mas nesse momento, poucos dias dos 30, sigo pensando, onde está a pessoa que vai me mandar emails estúpidos, o escritor de textos em diários escondidos, sentimentos mais confusos que os meus.
Queria já tê-lo em minha vida, queria que ele tivesse um nome específico. Queria, queria e queria, mas acontece que não é o momento.
Agora é momento de gritar alto, se lixar para a minha reputação na boca alheia e continuar pensando em mim. Se tudo o que eu faço um dia me perturbar aí sim terá minha atenção, aí sim eu vou parar.
Enquanto isso vivo o meu amor platônico seguro. Onde os desapontamentos estão em todos os caminhos, mas são menos palpáveis e doloridos.
Vivo no platonismo da realidade de poucos minutos, algumas poucas horas, muitos sorrisos e muito conforto. Um nome que me faz sorrir e mesmo assim me deixa um espaço em branco. No momento certo, pode ter certeza, vou escrever o seu nome, mas agora, estou dando a mínima para relacionamentos.



Nenhum comentário: