quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Matérias boas de fazer: o furto do gnomo de jardim

Sempre tem uma reportagem que marca a gente. Traz dor e muitas vezes crisos de risos. Quando eu era repórter colaboradora da Folha de São Paulo fiz algumas que certamente marcaram a minha vida. Uma delas foi um roubo de anões de jardins que chegou a ser uma das mais lidas do www.folha.com e que me deu dores abdominais por conta dos comentários da mesma.
Hoje em um dos meus momentos de loucura, dei um google no meu nome. Não sei os motivos que me levam à isso, mas o fato é que eu sempre faço isso e achei uma comentário a citada matéria que mais uma vez me levou aos risos sem fim que colocam a minha personalidade maluca em primeiro plano.

A mesma foi publicada no site: http://oesquema.com.br/ e escrito pela também jornalista Ana Freitas

8 de fevereiro de 2011 às 18h12

Sequestro em Ribeirão Preto




Tem várias possibilidades. A primeira é o ladrão ter tomado um ácido ou comido uns cogumelos – isso explicaria a necessidade dele de resgatar o gnomo e seus companheiros de jardim, que há anos estão oprimidos pela grade (do jardim). A segunda é alguém ter assistido Amelie Poulain demais, e ai já viu, tem esse negócio de viajar com o gnomo de jardim, tirar foto com o gnomo de jardim…
Pode rolar do cara ser um louco que está lutando pela libertação de todos os gnomos de jardim. Nesse caso, nos resta aguardar e observar o noticiário ribeiro-pretano, em busca das próximas estátuas de cerâmica sortudas a ganharem o mundo. A propósito, eu mesma sou totalmente a favor da libertação dos gnomos de jardim, bem como dos cones de estacionamento. Acho inclusive absurdo chamar o responsável de ‘ladrão’; ele é um revolucionário, um libertário. Mas isso não vem ao caso.
Outra possibilidade é o cara querer sacanear alguém que claramente se importa muito com seus enfeites de jardim, porque só isso explica alguém ir até a delegacia para dar queixa de uma centopéia, um sapo e um gnomo de cerâmica. Não sou insensível, só realista.
Qualquer que sejam as motivações, fica claro que ele não é tão experiente quanto um profissional, e provavelmente não faz parte da Frente de Libertação dos Gnomos de Jardim, entidade francesa responsável pela libertação de muitos gnomos encarcerados. Nem tampouco é um justiceiro independente, como esse, que conseguiu dar liberdade a 170 gnomos na França.
Eu ia dizer que também é possível que os bonecos tenham criado vida e fugido por conta própria, mas isso claramente não aconteceu, e a própria polícia, pra não dar margem pra essa interpretação, deixa claro à reportagem que há marcas de pés sujos nas paredes. Agora, faro mesmo tem essa repórter aí, a Luiza Pellicani. Ter a presença de espírito de sacar que uma matéria de três parágrafos sobre um roubo de gnomos de jardim em Ribeirão Preto poderia ser comprada pela Folha de São Paulo (eu sei que ela foi comprada porque não é matéria da sucursal, é colaboração) exige muita perspicácia (e eu não tô zuando). Fosse eu a Luiza, no máximo riria da história e publicaria ela aqui. Por isso que eu tô pobre :/


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