segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Quando não dói mais

Demorei algumas várias horas antes de dormir na noite passada para refletir sobre a vida. Confesso que as nuances na parede do meu quarto causadas pela luz acessa do vizinho também ganharam um minuto do meu tempo, que deveria ser usado para o descanso.
Por algumas poucas horas, ouvindo o barulho não esgotante da fonte no jardim de inverno, parei para pensar como estaria a minha vida se nada tivesse mudado nos últimos meses. Como seria se não tivesse tido a oportunidade de conhecer as pessoas que conheci, as paixões que vivi, assim como as decepções e novas descobertas sobre a minha pessoa.
Tive medo a cada dia e a cada noite que a mudança viesse a me fazer mal e me transformasse em um ser odioso do qual o meu eu do passado não gostaria.
Mas daí realizei que eu gostaria muito dessa pessoa que me transformei e mesmo naquela minha rotina e na vida morna eu iria olhar a mim mesma com aquele sentimento de inveja e orgulho, semelhante ao qual sinto com amigos queridos e suas conquistas naquelas quais eu mesma queria ter tido ou ao menos fazer parte.
A pessoa que sou hoje passou da tristeza absoluta, ódio, raiva, dificuldades de ficar em casa aos sábados à noite, as relações mal resolvidas e sentimentos indeterminado por uma pessoa mais serena que não precisa se embriagar desesperadamente para esquecer os problemas, flertar e seguir a vida.
A "eu" de hoje não precisa de tantos casos dos quais ela mesma não lembra o nome para ser feliz e não se sentir sozinha. Encontrei muitos amores pelo caminho, alguns homens e moleques que passaram pela minha vida e deixaram conhecimento. Esse aprendizado, com certeza não teria vivido se nada tivesse mudado na minha vida. Já escrevi isso aqui uma vez, cada qual que entra em nossa vida, traz um aprendizado para que possamos ser uma pessoa melhor.
Já dava valor ao sorriso verdadeiro, ao elogio sincero, agora dou muito mais valor. Como quem não quer nada, às vezes chega um alguém em nossa vida que traz todos os sentimentos vividos com pessoas diferentes de uma vez só. O sorriso acolhedor, o abraço confortador, o beijo tentador, a disponibilidade de te ouvir e tentar entender. Quem sabe trazer novamente o significado da vida e trazendo o desejo de retribuir a tudo isso.
Esse olhar brilhante, essa alegria sem desejo de dar brechas para tristeza, esse sorriso que não sai do rosto, pode ser que daqui 10, 20 ou 100 dias mude, mas por enquanto está me fazendo bem.
Sim, esses sentimentos sempre nascem com um nome, com algum acontecimento e sim aconteceu... ou melhor, vem acontecendo.
Estou me tornando outra pessoas, mas uma nova pessoa somada àquela que já fui muito tempo atrás, aquela dedicada, apaixonada e calma; com a de hoje, a baladeira, maluca e extrovertida. A espera é ver qual resultado será dessa soma.
Um dos resultados eu já sei, agora para ferir os meus sentimentos agora será muito mais difícil, assim como me abalar, ou me fazer sentir que mesmo estando com uma pessoa eu seja esquecida e deixada para trás. Nunca mais vai acontecer de amar sozinha, de batalhar lutas perdidas sozinhas. Depois de tanto pensar sei o que mais me doeu e agora já não dói mais e está esquecido no passado.


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