sexta-feira, 21 de março de 2014

O encontro com a morte

De tempos em tempos nos encontramos com a morte, seja em sonhos ou em devaneios. Devo dizer que andamos nos esbarrando muito nas duas esferas, principalmente numa forma unificada das duas situações.
Ontem fiquei imaginando naquele simulacro de vida a qual os espíritas se referem aos suicidas, que são obrigados a viver numa esfera de aprendizado tudo o que deveria ter experimentado durante a vida, preso em seu próprio ciclo como espectador do que seria seu destino.
Cheguei a me questionar dentro do meu próprio sonho onde teria dado fim a minha própria vida a fim de estar presa nesse simulacro. Vieram inúmeras situações em que isto poderia ter acontecido, mas três realmente me marcaram.
O primeiro quando o meu antigo relacionamento terminou, outro voltando de eventos alcoolizada e outro simplesmente por conta de um furo no pneu.
Me vi no sonho presa a tristeza de meus familiares e de alguns amigos, e, por conta disso não encontrava os caminhos para enfim traçar o meu novo eu. Me senti presa aquele momento e tenebrosa por de repente acordar percebendo ser aquela realidade onde meu ser se encontrava. Fiquei aflita ao imaginar que tudo o que acontece agora pudesse ser apenas uma sobra da minha vida.
Acordei com medo, sozinha da eloquência da divagação. Meu cérebro não parava de pensar, racionalizar e buscando encontrar verdades.
Por fim me lembrei de uma cena do filme Origem, cuja retórica é sonhos, e no qual o personagem do Leonardo de Caprio segurava um amuleto para lhe dar certeza de que estava na vida real. Não tive dúvidas, me levantei e na ponta dos pés parti para dividir cama com minha irmã mais velha.
Dormi feito criança segurando a ponta do lençol que envolvia o corpo dela e condensando o pensamento na respiração leve e tranquila dela. Assim me encontrei no mundo real. Tendo a certeza de que apesar de ter passado perto da morte algumas vezes por conta da minha falta de zelo por mim mesma, mas com a sensação de que nunca poderia tirar aquela tranquilidade das pessoas que amo.
A morte tem dessas coisas. Traz a reflexão do que realmente importa para a nossa vida. O ensinamento pode vir até mesmo por sonho, por devaneios. E me levou a me desculpar por qualquer medo, dúvida e frustração que fiz quem amo passar!
E assim eu vou aprendendo e mudando esse eterno rascunho que sou! Mas não nego! Tenho medo e muito medo desse que querendo ou não é destino de todos nós.

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