terça-feira, 30 de junho de 2015

Eu me dei

Doei meu amor, meu tempo, meu carinho, meu desapego, a minha carne, pensamento, cheiro, toque, suspiro.
Entreguei de bandeja e fui combalida, chamada de Geni, meretriz, rameira.
Doei o que era meu, sem pedir mais ou menos tempo.
Dei o que não precisava pedir autorização.
Dei e fui taxada pelo simples fato de ser mulher, se tivesse nascido para receber a doação estaria agora sentindo os abraços e as felicitações de todos os amigos.
Doei o que era meu, de cabeça limpa, coração leve e nada de alma confusa. Foi no meu momento, com quem eu quis e dizendo sim.
Muito mais do que qualquer coisa, eu me doei pro mundo, para que ele fizesse o que quisesse de mim. Esse homem insano, que me leva pra lá e pra cá e me faz conhecer não só a mim mesma mais aos outros doadores malucos do mundo.
Doei tudo o que eu quis doar. Doei, pois eu quis. Doei, pra ser feliz e quem sabe um dia pode voltar.

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