sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Aborto Sim? Aborto Não?

Logo quando acordei, vi uma série de postagens todas seguidas pelas hashtags  #‎souafavordavida,#‎deixanascer. Mais uma vez a igreja está envolvida na questão não só de planejamento familiar, como de saúde pública.
Saúde pública sim, já que milhares de mulheres morrem todos os dias por conta do aborto clandestino. São tantas que não existe estatística que confiável sobre o tema, especialistas aponta que uma em cada cinco mulheres brasileiras com até 40 anos já fizeram ao menos um aborto na vida. E nem todos os casos que não deram certo chegam a grande mídia.
Eu sou a favor sim e a mulher que quiser fazer aborto terá meu apoio e consolo. Já apoiei algumas vezes, não sei se faria caso ficasse grávida do dia para a noite. Sei que não estando com uma pessoa confiável ou dentro de um relacionamento, provavelmente contaria com o apoio dos meus pais para definir o meu destino e do serzinho em desenvolvimento.
Provavelmente enfrentaria a questão como uma leoa e me viraria para dar uma boa educação e colocar mais uma pessoa maluquinha e de bem neste mundo cada vez mais nefasto. Mas e se eu decidisse interromper? Quem poderia me recriminar? A religião? A legislação?
Não gosto nem de imaginar o trauma de uma mulher que tem nas mãos a decisão de ter ou não ter uma criança. Imagine então se essa criança for fruto de um abuso?
Sou a favor a vida sim! Sou a favor da nova legislação de quando o homem não quer realizar um teste de DNA a Justiça automaticamente o define como pai e já o responsabiliza pela ajuda financeira para a criança.
Sou a favor da vida, seja ela da mulher, seja ela da criança. Afinal, já escrevi no Facebook, a legislação não muda a vida de quem é favorecido financeiramente, nesses casos basta uma viagem ao EUA, por exemplo, e a mulher terá um aborto com segurança.
A legislação muda a vida da mulher pobre, que já teve sete ou oito filhos e não tem condições de ter mais um. Aquela que compra Citotec na esquina e depois precisa de atendimento médico no SUS (Sistema Único de Saúde) por conta de uma hemorragia.
Ninguém faz aborto por diversão, ninguém acorda e fala: "vou engravidar para depois abortar". Ninguém! Está na hora da religião parar de pautar a legislação de um país que se considera LAICO (que ou aquele que não pertence ao clero nem a uma ordem religiosa; leigo).
Alguém já disse uma vez e concordo: "Se homem engravidasse, o aborto já seria constitucional há tempos".


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